Ciência Política

Apresentação

A pós-graduação em Ciência Política do IESP-UERJ foi fundada no antigo IUPERJ em 1969 e se consolidou como um programa de excelência na área. A originalidade do programa do IUPERJ, atual IESP-UERJ, foi a de constituir uma agenda intelectual centrada, basicamente, no tema institucional, valorizando, em plena vigência do regime militar, a questão da democracia política, suas instituições e procedimentos.

A inspiração inicial do programa implicou uma requalificação do tema democrático na arena pública, afastando as concepções que viam na democracia uma simples forma política. Além disso, ela exigiu um redimensionamento da pauta científica, com a incorporação da pauta da questão social brasileira: raça, gênero, sindicatos, violência, profissões, pobreza e marginalidade passaram, então, a integrar o elenco de questões pesquisadas. Paralelamente, as áreas de teoria política e pensamento político brasileiro também se tornaram fortes na tradição do programa.

Hoje, decorridos mais de quarenta anos, o formato do programa de ciência política do IESP-UERJ preserva aquela inspiração, informados, de um lado, pelo tema institucional abordado pelos ângulos da ciência e da teoria política e, de outro, pela questão social brasileira pensada no âmbito das minorias. São abordagens em permanente diálogo com o legado do pensamento social e político do país, cuja ensaística foi sendo progressivamente incorporada ao seu programa de estudos e de investigação.

Coordenação

Coordenadora

San Romanelli Assumpção
Doutora em Ciência Política (USP-2012)

Vice-coordenadora

Leticia de Abreu Pinheiro
Doutora em Relações Internacionais (London School of Economics and Political Science-1995)

Secretaria de Pós-Graduação

E-mail: spg@iesp.uerj.br
Tel.: (21) 2266-8300

Linhas de pesquisa

a) Instituições e Comportamento Político

A linha de pesquisa tem como objetivo desenvolver reflexão teórica, além de levantar, armazenar e analisar dados empíricos em torno dos processos de formação de governo e o desempenho das instituições de representação e participação política. Seus focos específicos cobrem os seguintes temas: a) sistemas eleitorais e partidários brasileiros nos três níveis da federação e, dentro desta tema, os mecanismos sociais, políticos e institucionais que compõem a conexão eleitoral no âmbito da representação parlamentar; b) estudos de comportamento político, com especial ênfase no impacto no processo político da grande e tradicional mídia, bem como das novas mídias advindas da era digital; c) mecânica e dinâmica de funcionamento das Casas Legislativas, com foco na formação de maiorias legislativas, decisões congressuais e organização interna do Congresso. A linha também cobre o estudo dos processos decisórios no interior das instituições políticas, com especial ênfase no papel de interesses econômicos mais ou menos organizados em tais processos. Estudo feito utilizando-se dos paradigmas da escolha pública e dos ciclos políticos-eleitorais e de política econômica.

b) Relações Internacionais e Política Comparada

No âmbito desta linha, as pesquisas no campo das Relações Internacionais debruçam-se sobre os seguintes temas: política externa e política de defesa do Brasil, seus atores e agendas; política externa, política de defesa e grande estratégia em perspectiva comparada; espaços regionais de integração, com ênfase para a América do Sul; cooperação internacional para o desenvolvimento e relações sul-sul; emergência de novas potências e coalizões internacionais; a política internacional das mudanças climáticas e dos direitos humanos. Na área de Política Comparada, são realizadas análises comparativas sobre as instituições políticas governamentais brasileiras e as de outros países, com ênfase em processos decisórios, crises institucionais e processos de transição de regimes, mas igualmente sobre as modalidades de capitalismo, os regimes produtivos e seus respectivos contextos institucionais, buscando entender possíveis diferenças de desempenho econômico associadas às instituições da democracia representativa e às capacidades estatais. Nesta linha, também são contempladas a relação entre política e economia, a partir da interação entre atores societais e fatores econômicos; as experiências desenvolvimentistas no mundo (Ásia, América Latina, África, entre outras); as políticas públicas e sociais no campo de desenvolvimento; a globalização e a redução da capacidade de regulação dos Estados nacionais; o processo de financeirização e suas consequências.

c) Teoria Política e Pensamento Político Brasileiro

A teoria política é um campo interdisciplinar em que ciências sociais, história e filosofia se mesclam reflexivamente na construção de conhecimento normativo, histórico, interpretativo, crítico, explicativo e positivo sobre as dimensões políticas da vida social. A linha de pesquisa de Teoria Política acolhe a pluralidade de práticas reflexivas pertencentes a este campo, tais como a história dos conceitos, a hermenêutica, a história do pensamento político, a história intelectual, a análise do discurso, a linguística de corpus, a análise de conteúdo, a teoria crítica, do pragmatismo, a teoria política analítica, da teoria política normativa e as teorias explicativas e positivas, em suas mais diversas ontologias, epistemologias, metodologias, normatividades e campos temáticos. Seus grandes temas são poder, Estado, legitimidade, república, democracia, justiça, direitos humanos, socialdemocracia e desenvolvimento, com particular atenção para o modo como as esferas social e econômica da vida coletiva humana se relacionam com o político e a política. O estudo do Pensamento Político Brasileiro é aqui contemplado a partir do conjunto de ideologias que formam a cultura política nacional, percebida por partícipes como atrasada e periférica. Ele envolve diferentes tradições intelectuais e autores que se empenharam na identificação das especificidades da formação nacional, as causas de seu atraso e na propositura de projetos alternativos de país. Do ponto de vista metodológico, esse estudo tem se enriquecido nos últimos anos pelo emprego de métodos contemporâneos de história das ideias, como a história dos conceitos e o contextualismo linguístico.

Mestrado

O mestrado prevê um prazo máximo de dois anos para ser completado. Durante esse período, o aluno é submetido a uma intensa formação teórica e metodológica na área de sua especialização, com um total de 27 créditos. Durante o quarto semestre preparam um dossiê que inclui, além do histórico escolar, uma dissertação a ser defendida perante uma banca de três professores (um externo). Os aprovados recebem o título de mestre e podem concorrer a uma vaga no doutorado.

Doutorado

O doutorado destina-se à formação de pesquisadores e centra-se na pesquisa original e produção de teses. Tem caráter misto, ou semi-tutorial, com maior flexibilidade para o aluno e maior responsabilidade para o professor-orientador, mas ao mesmo tempo com controles institucionais sobre o fluxo dos alunos. Os créditos são cumpridos pela frequência a disciplinas, exigindo-se também a participação em três seminários de pesquisa, sendo um de projeto e os outros dois de tese. Ao final do primeiro ano, o aluno deve defender o projeto de tese, que funciona também como um exame de qualificação para prosseguimento do doutorado. A defesa da tese deve ser feita, no máximo, até o final do oitavo semestre acadêmico.

Corpo docente

Ana Paula Tostes
Doutora em Ciência Política (IUPERJ-2001)
Argelina Maria Cheibub Figueiredo
Doutora em Ciência Política (University of Chicago-1987)
Breno Marques Bringel
Doutor em Ciência Política (Universidad Complutense-2010)
Bruno Marques Schaefer
Doutor em Ciência Política (IFCH-UFRGS – 2022)
Carlos Roberto Sanchez Milani
Doutor em Estudos do Desenvolvimento (Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales-1997)
Christian Edward Cyril Lynch
Doutor em Ciência Política (IUPERJ-2007)
Cristina Buarque de Hollanda
Doutora em Ciência Política (IUPERJ-2007)
Fabiano Guilherme Mendes Santos
Doutor em Ciência Política (IUPERJ-1994)
Fernando Henrique Eduardo Guarnieri
Doutor em Ciência Política (USP-2009)
Fernando Meireles
Doutor em Ciência Política (FAFICH-UFMG – 2019)
João Feres Júnior
Doutor em Ciência Política (City University of New York-2003)
José Mauricio Castro Domingues
Doutor em Sociologia (University of London-1993)
Leticia de Abreu Pinheiro
Doutora em Relações Internacionais (London School of Economics and Political Science-1995)
Luiz Augusto Campos
Doutor em Sociologia (IESP-UERJ – 2013)
Luiz Fernando Rodrigues de Paula
Doutor em Economia (UNICAMP-1997)
Pedro Hermílio Villas Bôas Castelo Branco
Doutor em Ciência Política (IUPERJ-2009)
San Romanelli Assumpção
Doutora em Ciência Política (USP-2012)
Enara Echart Muñoz
Doutora em em Direito Internacional e Relações Internacionais (Universidad Complutense de Madrid-2006)
Maria Regina Soares de Lima
Doutora em Ciência Política (Vanderbilt University-1986)
Paulo Henrique Paschoeto Cassimiro
Doutor em Ciência Política (IESP-UERJ – 2016)
Renato Raul Boschi
Doutor em Ciência Política (University of Michigan-1978)

Seleção

Informações sobre o processo seletivo encontram-se disponíveis na nossa página Seleção.